LEGIÃO URBANA E EU

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O primeiro contato que eu tive com a Legião Urbana eu tinha somente oito anos de idade. Eu estava com minha irmã na sala quando escutei na rádio um 'tic-tac' de piano vindo de uma música, que eu nunca tinha ouvido antes. Aquilo era hipnotizante, fiquei alucinado por aquela canção.

urbana legio omnia vincit

1- minha assinatura antiga / 2- local onde ficava a etiqueta do Mappim

Foto da época (minha irmã e eu)

Depois eu não sei quanto tempo eu atormentei a coitada da minha mãe para comprar o disco da LEGIÃO URBANA. Até que finalmente, ela me levou à loja MAPPIM (Praça Ramos-São Paulo). Quando chegamos lá, fui logo pedindo ao vendedor o disco do LEGIÃO URBANA com a música QUEM ME DERA.

Antigo Mappim Praça Ramos

É lógico que o atendente caiu na risada, mas dá um desconto, você já contou quantos 'quem me dera' o Renato Russo diz na música? E outra coisa, eu tinha apenas oito anos.

a música que começou tudo

E assim eu comecei a viver e respirar Legião, até nos trabalhos de educação artística eu tinha que fazer algo para fazer referência à eles:

 
vinte e nove de Renato Russo (meu trabalho de Educação artística)

Talvez uma redação (da época de escola), consiga traduzir esta minha paixão por a melhor banda nacional de todos os tempo (na minha opinião):

É LEGIÃO!

Pra começar, a minha relação com a Legião Urbana começou ainda menino, branco, baixinho e magricelo que tinha e agora não tem mais medo do escuro.

Um dia ouvi na rádio uma canção de repetia 'Quem me dera' só depois de muito tempo descobri que o nome da música era 'Índios'.

Então começou a minha paixão e meu amor por esta banda incrível, com eles eu aprendi que quando nascemos fomos programados, que o pra sempre, sempre acaba e que não existe razão pras coisas feitas pelo coração, mas tudo bem (tudo bem).

Afinal de contas, somos tão jovens e o mundo anda tão complicado, que é preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã. Porque se você parar pra pensar, na verdade não há.

Sei que o nosso dia vai chegar, teremos nossa vez, mas com eles eu aprendi a viver um dia de cada vez, sempre em frente, pois temos todo tempo do mundo. Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão? Se é sempre mais do mesmo? 

Bom, se o mundo é parecido com o que vejo, prefiro acreditar no mundo do meu jeito. E quem me dera ao menos uma vez acreditar por um instante em tudo que existe e acreditar que o mundo é perfeito e que todas as pessoas são felizes. Mas deve haver algum lugar onde o mais forte não consegue escravizar quem não tem chance. O sistema é mal, mas minha turma é legal.

No fim das contas ninguém sai vivo daqui, mas vamos com calma (só por hoje). Nada mais vai me ferir, pois essa saudade eu sei de cor, sei o caminho dos barcos. Se fosse só sentir saudades, mas tem sempre algo mais.

Agora eu tenho andado distraído, impaciente e indeciso. E ainda estou confuso, só que agora é diferente, estou tão tranquilo e tão contente - e está tudo assim tão diferente. Mas é assim mesmo, toda dor vem do desejo de não sentirmos dor e quem pensa por si mesmo é livre - e ser livre é uma coisa séria.

Não preciso de modelos, não preciso de heróis, eu tenho meus amigos e o vento vai levando tudo embora. Então quando o sol bater na janela do teu quarto, lembra e vê que o caminho é um só.

#ÉLegião

Obrigado, Legião Urbana!  Por ajudar um menino magricelo que corria dos valentões (igual a História Sem Fim) a ser mais feliz e superar todas as dificuldades da puberdade. Sobrevivi!

Viva Renato Russo!

- PaZeLuZ

#tinhoaires

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