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Hoje eu quis voltar ao meu blog (depois de muito tempo) desta vez com uma questão que tem preocupado algumas pessoas: afinal com quem devemos nos relacionar? Com alguém que é igual ou diferente de nós? Será que realmente os opostos se atraem ou é mais seguro estar com alguém igual a nós?
É incansável esta busca pela nossa metade da laranja, a tampa da panela, o par da meia, etc. Eu falo por mim, que percorreu um longo caminho, com muitas idas e vindas, com mais tropeços do que equilíbrio, até finalmente encontrar a minha metade.
Eu achava (desde muito novo) que o primeiro amor seria o único, mas como para toda regra existe a sua exceção, comigo não foi diferente, e logo veio a primeira desilusão, as tristezas, as decepções e o fim dos relacionamentos (no plural mesmo, porque não foi apenas um).
Não gosto de destruir os castelos de ninguém, mas, é preciso desconstruir velhos alicerces para criar novos e mais fortes, então o primeiro ponto a ser acertado é, que a pessoa ideal não existe. Na verdade o que existe, são duas pessoas diferentes: a real e uma versão da pessoa que criamos em nossa cabeça, e é aí que está toda a raiz do problema.
Quando saber que é a pessoa certa?
Eu costumo dizer (atualmente) que é melhor não criarmos expectativas, pois é melhor sermos surpreendidos do que nos decepcionar. Mas não foi fácil chegar a esta conclusão, levei muita porrada antes.
Agora voltando a questão que eu levantei no começo, dizem que é melhor nos relacionarmos com pessoas que tenham gostos e pensamentos parecidos, eu concordo até certo ponto, pois muitas vezes, uma pessoa igual a nós em tudo (defeitos principalmente), só nos trará mais perguntas do que respostas, e onde existir perguntas, só tende a nos deixar ainda mais confusos. O mesmo acontece com uma pessoa muito (mas muito mesmo) diferente de nós, onde um sempre estará em maior evidência do que o outro, e não é necessário ser um matemático para chegarmos a uma conclusão final.
Mas infelizmente, não escolhemos a quem vamos amar, pois o amor é como diria Camões: "Um não sei quê, que nasce não sei onde; vem não sei como; e dói não sei porquê".
Somos todos iguais, buscamos (a maioria de nós) estar com alguém e apenas ser feliz, não que estar sozinho seja sinônimo de infelicidade, pois o ruim de estar sozinho é não conseguir enfrentar a si mesmo, nossos medos e inseguranças.
Mesmo tendo pensamentos e gostos parecidos, o que vai nos diferir do outro são as nossas atitudes diante das adversidades e problemas cotidianos. E é por isso, que nos unimos a outra pessoa: para somar dividindo, e não se dividindo para somar. Então mesmo que hajam diferenças (idade/raça/crença/religião) o mais importante em uma relação é o diálogo (que é o princípio de tudo). A conversa sempre foi e sempre será a melhor solução para chegarmos a um entendimento.
Minha mãe me ensinou (desde cedo) que uma relação que não é baseada no diálogo, nos torna apenas companheiros de quarto, que vão dividir apenas o mesmo espaço, mas nunca vão estar definitivamente juntos e alcançar os mesmos objetivos. É claro que por sermos diferentes, teremos divergências, mas também afinidades, que só saberemos, "adivinha?" pelo diálogo. Se não conversamos desde o namoro, no noivado será menos e no casamento menos ainda.
Bom, parece que eu andei em círculos e voltei ao mesmo lugar de onde comecei, né? Mas infelizmente a vida real não é como uma novela, filme ou livro (se bem que ela poderia ser um deles algum dia, quem sabe?). O que quero dizer e somos pessoas imperfeitas que vamos, sim, nos relacionar com outras pessoas ainda mais imperfeitas do que nós, para que assim, nos ajudemos mútuamente, não a sermos perfeitos, mas sim, mais humanos.
Não somos tão perfeitos, apenas mais humanos
não quando encontramos
a pessoa perfeita,
mas quando aprendemos ver perfeitamente
uma pessoa imperfeita - San Kenn".
os opostos se atraem,
eu prefiro acreditar que ela é
a metade que faltava em mim.
- PaZeLuz
#tinhoaires
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